Teocrasília vai muito além do clichê de “distopia religiosa”. É uma produção de fôlego, uma série divida em 5 temporadas e cerca de 1000 páginas como poucos quadrinhos já produzidos no Brasil. Um suspense noir carregado de drama, reviravoltas, pitadas de ação frenética, uma boa dose de violência e recheado de personagens que vão se transformando e carregando a trama ao longo da obra.

O projeto está em produção desde 2016 e tem um retorno de crítica impressionante! Se você conhece alguém que já leu Teocrasília, sabe muito bem disso. Além de ser projeto combativo, que bate de frente com a escalada milico religiosa do Brasil contemporâneo sem deixar de se colocar com uma obra artística ambiciosa que desafia a lógica do difícil mercado de quadrinhos e arte em geral no país.

TEOCRACIA BRASILEIRA

Num breve e distópico futuro o Brasil se encontra governado por um regime teocrático, fruto de uma manobra política por parte da retrógrada ‘Bancada da Palavra’. Agora um grupo chamado ‘Divino Altar’, composto pelos pastores mais ricos e influentes do país, dita com mão de ferro os rumos da nação que é varrida por uma série de retrocessos sociais.

A história começa com esse cenário já estabelecido e veremos como diferentes pessoas vão lidar com seus problemas, medos e angústias. Numa escalada vertiginosa de tensão os núcleos se chocam impulsionando os personagens por novos e perigosos rumos.

Aliás, se você curte obras como Breaking Bad, Cangaço Novo, O Conto da Aia e V de Vingança, vale a pena dar chance a Teocrasília.

PERSONAGENS CENTRAIS

YURI
o rebelde

Um artista plástico que tem um passado de militância cheio de perdas e violência. Agora ele não vê sentido em conviver nesse novo mundo, e vai buscar um modelo de sociedade alternativa em segredo. Mas num regime que tem olhos e ouvidos por todos os lados esse pode ser um plano muito arriscado.

Será que Yuri está pronto para lidar com o peso de suas escolhas?

VICKY
a deslocada

Voltando de Portugal com seu diploma de doutora em física, ela se depara com um Brasil retrógrado na forma de pensar e se comportar. E ainda por cima com as portas fechadas para as ciências. Vicky se considera uma mulher LIVRE no jeito de pensar, se relacionar e se vestir. Uma postura bastante perigosa pros dias sombrios de teocracia.

GAMBINO
o servidor

Um cargo na Secretaria Municipal de Educação pode ser uma posição bastante “segura” caso você respeite as regras do regime, frequente os cultos e saiba o que pode ou não falar no escritório. Mas a partir do momento que você tem algo para esconder… Uma vida dupla tão próximo do sistema pode ser o seu pior pesadelo.

ANDRÉ e PEDRO
os gêmeos

Um vive uma vida pacata. Fiel frequentador do culto com sua família. O outro é um badalado senador pastor que almeja um cargo no Divino Altar, instância máxima do governo. Quando os fantasmas do passado vierem puxar seus pés, o que eles serão capazes de fazer para manter seus status? Serão fieis e comprometidos diante das tentações?

BIOGRAFIA

Me chamo Denis, sou de Niterói, Rio de Janeiro. Nasci em 1988 e faço histórias em quadrinhos desde 2009, quando desenhei uma HQ muito sensível e informativa sobre a situação Palestina. Pouco tempo depois iniciei “Beladona”, HQ de terror em parceria com Ana Recalde, que venceu 3 vezes o Troféu HQ Mix, prêmio mais prestigiado da área no Brasil. Participo das principais convenções de quadrinhos da região sudeste desde 2010 e já expus meu trabalho por todo o Brasil e também no exterior.

Sou formado professor pela Escola de Belas Artes (EBA UFRJ) e cursei uma especialização na Classe Internacional de História em Quadrinhos da Escola Europeia Superior de Arte-Visuais (ÉESI) em Angoulême, França. Atualmente, além de quadrinhos, trabalho com ilustração, storyboard e oficinas artísticas, além de lecionar desenho na INKO Escola de Mídias Criativas.

Minha atuação como ativista vem de longa data, a primeira manifestação de que me lembro de estar nas ruas foi em meados dos anos 2000 no contexto da Guerra do Iraque. Com a HQ sobre a Palestina tomei gosto por aplicar um viés politizado no meu trabalho e após uma agressão policial que resultou numa fratura do pulso na linha de frente das manifestações de 2013 decidi que meu foco seria realmente em denunciar causas que acho fundamentais em forma de histórias em quadrinhos. Nessa época nasceu Ubuntu, cartilha sobre educação ambiental transformadora que só viu a luz em 2024 graças ao incentivo da Lei Paulo Gustavo.

Em 2016 concebi Teocrasília e escrevi toda a história principal, mas a jornada exaustiva como professor publico municipal naquele momento me impediu de avançar na parte gráfica da HQ. Apesar disso consegui publicar um jornal com o Prólogo e apresentação do projeto que previa o curso de um Brasil pós-impeachment que elegia um tal “Capitão Malenda” e entrava num ciclo de obscurantismo que resultaria no poder executivo caindo no colo dos religiosos mais influentes daquele mundo, isso tudo 2 anos antes da eleição de Jair Bolsonaro. Em 2017 fui um dos felizardos selecionados para uma temporada de especialização na França aonde o projeto deslanchou graficamente e parte do primeiro livro foi produzido.

A partir daí, venho lutando constantemente para pagar os boletos como artista gráfico e professor, mantendo um mínimo de saúde mental e a série andando de todas as formas que posso.

Contato, Portfólio, Redes e outras HQs: denismello.com/links

MÍDIA

"Quadrinista de Niterói lança HQ que retrata Brasil dominado por fundamentalistas religiosos"
"HQ Teocrasília imagina bancada evangélica tomando poder no Brasil"
"Traços com voz ativa"

Vídeos

Depoimentos

“É muito interessante e muito assustador, bom de ler assim, tipo um thriller. Foda Denis Mello, traço ótimo e história muito boa! Bom pra caralho!”

Gregório Duvivier

“A distopia atual confunde-se com a ficção mais surreal, brutal e sombria dos quadrinhos. Resta vislumbrar se, entre bombas de gás, tiros e katanas, podemos encontrar possibilidades de escape, existência, luta e reconstrução.”

Marcelo D'Sallete

“Uma bola de cristal ao lado da prancheta? Não. Teocrasília é um olhar atentíssimo e, acima de tudo, um manifesto ao que podemos ser.”

Cecilia Marins

“Denis Mello faz seu retrato do Brasil, e a imagem que traz é apavorante. Espero que ele estejas errado, espero que Teocrasília deixe de ser tão profético.”

Rogério de Campos

“Os bons autores dialogam com os conflitos sociais de seu tempo, os ótimos traçam um retrato minucioso da sua época. Já os artistas excepcionais fazem arte histórica: Denis faz parte dessa última categoria.”

João Pinheiro

“Thomas Morus idealizou uma utopia, John Stuart lançou o termo distopia séculos depois. Contudo, Denis Mello nos apresenta uma distopia que envolve fatos da história do tempo presente, um “paradoxo” em forma de quadrinho que nos sangra, mas que também nos ensina.

Laluña Machado

“Que sorte poder ler esse quadrinho antes de acender o molotov”

Wagner William